Robô “canibal”: cientistas da Universidade de Columbia criam máquina que se desenvolve absorvendo peças de outras unidades
Pesquisadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, divulgaram um robô conceitual capaz de crescer, se adaptar e se reparar consumindo partes de outras máquinas. O avanço descrito como “metabolismo robótico” foi apresentado em estudo publicado na revista Science Advances, em 16 de julho de 2025.
Como funciona o “metabolismo robótico”
O robô utiliza módulos chamados Truss Links, hastes com conectores magnéticos em ambas as extremidades e mecanismo expansível. Esses módulos podem se conectar e desconectar uns dos outros, formando diferentes estruturas em 2D ou 3D, com capacidade de movimento e reconfiguração autônoma.
Em experimentos, os módulos se reorganizaram para formar formas como triângulo, estrela de três pontas e tetraedro. Ao consumir novas partes de outros módulos, o sistema aumentou sua eficiência: um exemplo mostrou um robô tetraédrico que adicionou um elo funcional para aumentar sua velocidade em mais de 50%.
Aplicações previstas e impacto
Os cientistas apontam aplicações promissoras para áreas como resgate em desastres, exploração espacial e infraestrutura autônoma. Sistemas capazes de se reparar ou adaptar usando materiais disponíveis podem operar sem intervenção humana por longos períodos.
Philippe Martin Wyder, da Columbia Engineering e coautor do estudo, afirmou: “Verdadeira autonomia significa que os robôs não devem apenas pensar por si mesmos, mas também se sustentar fisicamente…”
Hod Lipson complementou que, diferentemente de corpos robóticos monolíticos e estáticos, seres vivos adaptam‑se e reciclam módulos biológicos ao longo do tempo.
Potencial sustentável e modular
A abordagem modular pode tornar a robótica mais sustentável e econômica. Ao reutilizar componentes, é possível criar “ecologias robóticas” com máquinas autossuficientes, capazes de formar pontes, antenas ou estruturas emergenciais dependendo do contexto.
Limites e status atual
O sistema ainda está em fase experimental, restrito a ambientes laboratoriais controlados. Os módulos ainda não são capazes de absorver peças metálicas comuns fora da plataforma Truss Link. Não há previsão de integração com componentes não compatíveis ou de escalabilidade imediata para uso comercial.
A iniciativa da Universidade de Columbia representa um passo inédito em robótica: máquinas que crescem, se adaptam e se curam por conta própria. O conceito de “metabolismo robótico”, embora ainda conceitual, sugere um futuro onde robôs possam operar de forma mais resiliente e sustentável, especialmente em cenários que exigem autonomia em longo prazo.





